(Márcia Oliveira)
"...E não há melhor resposta que o espetáculo da vida: vê-la desfiar seu fio, que também se chama vida,ver a fábrica que ela mesma, teimosamente, se fabrica, vê-la brotar como há pouco em nova vida explodida;mesmo quando é assim pequena a explosão, como a ocorrida;mesmo quando é uma explosão como a de há pouco, franzina;mesmo quando é a explosãode uma vida severina."
(Morte e Vida Severina)
Morte e Vida Severina, de João Cabral de Melo Neto, é um auto de natal pernambucano escrito entre 1954 e 1955. É apresentado em 18 cenas que se dividem em 2 partes, onde todas as cenas são representadas por um título explicativo, uma espécie de resumo do poema em si mesmo. Trata-se de uma envolvente e criativa alusão da tradição natalina do Sertão, simbolizando o nascimento de Cristo.
O auto narra a história de Severino, um retirante nordestino, um sem-nome que representa todos os iguais a ele e, durante as 12 primeiras cenas, descreve sua peregrinação que segue do rio Capibaribe, fugindo da morte e a encontra em todo lugar, chegando a perder suas esperanças de continuar sua luta pela vida.
A obra carrega já em seu título um forte jogo sintagmático, numa alusão ao tipo de vida e de morte que pessoas sofridas como Severino têm. "Severina" vem de "Severino". Ocorre aí uma adjetivação do substantivo próprio, característica muito recorrente em toda a obra de João Cabral e parece ser uma tentativa de esclarecer ao leitor a vida sofrida do protagonista a que a morte preside.
Desde a primeira cena, Severino exige o caráter comum de seu nome, porém não consegue se identificar através dele. Somente após a sua morte é que consegue ser um homem comum, igual aos outros sertanejos. Este é o momento da despersonalização, em que ele passa da representação da individualidade para a da coletividade. Um Severino passa a simbolizar todos os outros.
O pernambucano João Cabral de Melo Neto pertenceu, cronologicamente, à geração modernista de 45. Apenas cronologicamente, porque sua obra pouco tem a ver com a temática deste período, mas sua produção literária data de 1944, data obrigatoriamente includente dos autores nesta geração. Sua poesia é aberta a novos caminhos e ele tem uma forma muito pessoal de criar versos. A linguagem é concisa, seca e cheia de imagens visuais. Em Morte e Vida Severina, há uma clara personificação do rio Capibaribe, um dos principais traços de sua poesia, além, é claro, de sua óbvia precisão poética.
Esta obra, um clássico da Literatura Brasileira, é um poema de participação social. Retrata as condições do homem nordestino sem sentimentalismos, de forma clara e real. Recomendo!
P.S:Esta análise que vocês acabaram de ler foi a primeira questão de uma prova de Literatura. Fui a última a terminar,o professor não parava de olhar para o relógio... não sei como deu tempo, ufa! :)
...mas valeu a pena! Literatura sempre vale a pena...
7 comentários:
parabéns pela sua dedicação
na prova
parabens mesmo pela gualiadade da analise,alem de que esta ira me ajudar no meu trabalho escolar.
parabens este trabalho me salvou em uma prova de literatura ;D
me ajudou no trabalho escolar...
nolugUfa...
tenho uma análise pra fazer hoje ai como nao tive tempo de terminar a leitura do livro esse resumo vai me ajudar concerteza.. rsrs obg! lalala
parabéns.. me ajudou muito.
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