quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Morte & Vida Severina, João Cabral de Melo Neto

(Márcia Oliveira)
"...E não há melhor resposta que o espetáculo da vida: vê-la desfiar seu fio, que também se chama vida,ver a fábrica que ela mesma, teimosamente, se fabrica, vê-la brotar como há pouco em nova vida explodida;mesmo quando é assim pequena a explosão, como a ocorrida;mesmo quando é uma explosão como a de há pouco, franzina;mesmo quando é a explosãode uma vida severina."
(Morte e Vida Severina)



Morte e Vida Severina, de João Cabral de Melo Neto, é um auto de natal pernambucano escrito entre 1954 e 1955. É apresentado em 18 cenas que se dividem em 2 partes, onde todas as cenas são representadas por um título explicativo, uma espécie de resumo do poema em si mesmo. Trata-se de uma envolvente e criativa alusão da tradição natalina do Sertão, simbolizando o nascimento de Cristo.

O auto narra a história de Severino, um retirante nordestino, um sem-nome que representa todos os iguais a ele e, durante as 12 primeiras cenas, descreve sua peregrinação que segue do rio Capibaribe, fugindo da morte e a encontra em todo lugar, chegando a perder suas esperanças de continuar sua luta pela vida.



A obra carrega já em seu título um forte jogo sintagmático, numa alusão ao tipo de vida e de morte que pessoas sofridas como Severino têm. "Severina" vem de "Severino". Ocorre aí uma adjetivação do substantivo próprio, característica muito recorrente em toda a obra de João Cabral e parece ser uma tentativa de esclarecer ao leitor a vida sofrida do protagonista a que a morte preside.



Desde a primeira cena, Severino exige o caráter comum de seu nome, porém não consegue se identificar através dele. Somente após a sua morte é que consegue ser um homem comum, igual aos outros sertanejos. Este é o momento da despersonalização, em que ele passa da representação da individualidade para a da coletividade. Um Severino passa a simbolizar todos os outros.



O pernambucano João Cabral de Melo Neto pertenceu, cronologicamente, à geração modernista de 45. Apenas cronologicamente, porque sua obra pouco tem a ver com a temática deste período, mas sua produção literária data de 1944, data obrigatoriamente includente dos autores nesta geração. Sua poesia é aberta a novos caminhos e ele tem uma forma muito pessoal de criar versos. A linguagem é concisa, seca e cheia de imagens visuais. Em Morte e Vida Severina, há uma clara personificação do rio Capibaribe, um dos principais traços de sua poesia, além, é claro, de sua óbvia precisão poética.


Esta obra, um clássico da Literatura Brasileira, é um poema de participação social. Retrata as condições do homem nordestino sem sentimentalismos, de forma clara e real. Recomendo!
P.S:Esta análise que vocês acabaram de ler foi a primeira questão de uma prova de Literatura. Fui a última a terminar,o professor não parava de olhar para o relógio... não sei como deu tempo, ufa! :)
...mas valeu a pena! Literatura sempre vale a pena...

7 comentários:

Unknown disse...

parabéns pela sua dedicação
na prova

taliane disse...

parabens mesmo pela gualiadade da analise,alem de que esta ira me ajudar no meu trabalho escolar.

GA - geógrafos anônimos disse...

parabens este trabalho me salvou em uma prova de literatura ;D

Unknown disse...

me ajudou no trabalho escolar...

Magdael Silva disse...

nolugUfa...
tenho uma análise pra fazer hoje ai como nao tive tempo de terminar a leitura do livro esse resumo vai me ajudar concerteza.. rsrs obg! lalala

Unknown disse...

parabéns.. me ajudou muito.

Wes disse...
Este comentário foi removido pelo autor.