quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Fanatismo: Florbela Espanca

(Márcia Oliveira)



♪Minh’alma, de sonhar-te, anda perdida. Meus olhos andam cegos de te ver! Não és sequer a razão do meu viver, pois que tu és já toda a minha vida!
Não vejo nada assim, enlouquecida... Passo no mundo, meu Amor, a ler, no misterioso livro do teu ser, a mesma história tantas vezes lida!
“Tudo no mundo é frágil, tudo passa...” Quando me dizem isto, toda a graça duma boca divina fala em mim!
E, olhos postos em ti, digo de rastros: “Ah! podem voar mundos, morrer astros, que tu és como Deus: Princípio e Fim!...” ♪



Não poderia deixar de prestar minha homenagem a esta importante poetisa das Letras Lusitanas, Florbela Espanca, natural de Vila Viçosa (Alentejo - Portugal), de cuja poesia é uma das mais expressivas e femininas da Literatura de língua Portuguesa.


Este poema, intitulado Fanatismo, musicado pelo cantor e compositor cearense Raimundo fagner, tornou-se um dos maiores sucessos da MPB e revela muito bem os temas mais recorrentes da poesia de Florbela, como o exagero, o sofrimento, a solidão e o desejo de felicidade, algo que só pode ser alcançado no absoluto, no infinito.


Influenciada por Antero de Quental e, mais longinquamente, por Camões, Florbela tem na técnica do Soneto o ápice de sua poesia, marcada pela passionalidade de sua linguagem, algo muito pessoal e centrado nas suas frustrações sentimentais, como os diversos casamentos falhos, o que lhe provocou fortes desilusões amorosas. Há em sua poesia um sensualismo, muitas vezes erótico e, simultaneamente, a presença da paisagem natural do Alentejo, o que simboliza a relação da subjetividade interior da poetisa com a natureza.


Vale a pena conferir a sua obra completa!
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Um comentário:

Divinius disse...

Gostei de ler:)
Comenta o meu blogue:)
A LUZ QUE TE DEIXO É DA COR DA MINHA VIDA:)