domingo, 24 de fevereiro de 2008
Identidade
sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008
Metade
quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008
Machado & Carolina
Um Poeta Rebelde
"Razão, de que me serve o teu socorro?
Dizes-me que sossegue, eu peno, eu morro."
Este trecho deixa bem claro que Bocage acreditava que as normas existem simultaneamente para refrear excessos e excitá-los pela força da proibição. E não era isso que o poeta queria, ele queria liberdade para expressar seus sentimentos, seu modo de pensar o mundo e seus desejos.
Por conta desta liberdade, muitas vezes, Bocage foi incompreendido, e alguns temas utilizados em sua poesia lhe custaram prisão e processos, como: a teoria do amor natural ("Amar é um dever, além de um gosto/uma necessidade e não um crime"), a distinção entre erotismo e pornografia ("Dá-me tédio a lição de escritos torpes"), o uso desatado de calão, a crítica ao clero ("Mandai desentulhar esses conventos/Em favor da preguiça edificados"), todos estes são tópicos que tornaram Bocage intolerável aos olhos da rigorosa censura portuguesa, e até hoje são pouco freqüentes em antologias bocagianas.
De insípida sessão no inútil dia
Juntou-se do Parnaso a galegage;
Em frase hirsuta, em gótica linguage,
Belmiro um ditirambo principia.
Taful que o português não lhe entendia,
Nem ao resto da cômica salsage,
Saca o soneto que lhe fez Bocage,
E conheceu-se nele a Academia.
Dos sócios o pior silvou qual cobra,
Desatou-se em trovões, desfez-se em raios,
Dando ao triste Bocage o que lhe sobra.
quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008
O Amor nos Tempos do Cólera: Gabo no Cinema
O filme, baseado na obra de mesmo nome do colombiano Gabriel García Marquez (mestre do Realismo fantástico), se passa numa época em que a peste do Cólera assolava a América Latina e conta a história de Florentino Ariza (Javier Bardem) que se apaixona à primeira vista por Fermina Daza (Giovanna Mezzogiono), ao vê-la debruçada na janela da casa de seu pai.
Florentino é um rapaz de origem simples, poeta e telegrafista, que tem como principal característica sua pureza e ingenuidade. É um homem extremamente romântico, que está se resguardando para o grande amor de sua vida. Já Fermina é uma jovem de personalidade forte, que apesar de, inicialmente, não querer obedecer às ordens de seu pai, que a obriga a casar-se com um jovem médico bem sucedido, acaba cedendo às pressões e não aceita o pedido de casamento de Florentino, casando-se então com o médico.
Mas, o amor de Florentino ultrapassa as barreiras do tempo, aliás, o tempo é um elemento bastante recorrente nas obras de Gabo (apelido de Gabriel García Marquez). Também o vemos com bastante relevância em Cien Años de Soledad (Prêmio Nobel em 1982), onde a família Buendía é condenada, inexplicavelmente, a viver cem anos de solidão. Assim, Florentino passa mais de 53 anos de sua vida a esperar por Fermina. Ele contabiliza fielmente seu tempo de espera, que dura exatamente 53 anos, 04 meses e 11 dias, até a morte do marido de Fermina.
Ao procurá-la, já viúva, Florentino encontra uma mulher amarga, cheia de pudor e com um certo preconceito de amar na sua idade; o que não é um grande problema para ele que, apesar da idade avançada, ainda cultiva o amor e o sexo com bastante disposição e naturalidade, contabilizando todas as mulheres que por ele foram amadas nestes pouco mais de 53 anos. Florentino procurava em cada uma dessas mulheres um pouco da Fermina por quem se apaixonara na juventude.
O Amor nos tempos do Cólera é uma belíisima história que narra a vitória do amor sobre o tempo. Nada pode apagar um sentimento tão puro e tão sublime. Florentino e Fermina, mesmo já tendo vivido separados grande parte de suas vidas, retomam um amor de 53 anos perdidos, provando assim a mais bonita máxima da obra: "que o amor é amor em qualquer tempo e em qualquer parte."
Nota:
Crônica: Literatura ou não?
segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008
Diário de uma Paixão
domingo, 17 de fevereiro de 2008
Remexendo os Clássicos
Romantismo em Portugal: Almeida Garrett
Em meados do século XIX, Portugal encontrava-se politicamente dividido. De um lado, o apoio do governo britânico; de outro, as ameaças de invasão pelas tropas francesas de Napoleão. Com a vitória inglesa sobre Napoleão Bonaparte, inicia-se um período ainda mais conturbado para o povo luso: a submissão ao governo britânico que, juntamente com as influências dos ideais iluministas, provocaram nos portugueses um forte sentimento nacionalista.
Eclode então, em 1817, a famosa "Revolução do Porto", liderada por Gomes Freire. Tal revolução é rapidamente sufocada pelo exército inglês, porém trata-se de um acontecimento de suma importância por ser a primeira manifestação portuguesa contra a instabilidade política e a intolerância ideológica. A partir daí, inicia-se um longo confronto entre Miguelistas (defensores das pretenções absolutistas de D.Miguel) e Liberais (adeptos de D.Pedro I do Brasil, que prometia um governo constitucional para o país).
É óbvio que a situação política e cultural de um país reflete em sua vida artística e intelectual. Desssa forma, devido às influências iluministas e à falta de condições político-culturais favoráveis ao desenvolvimento de uma corrente estética voltada para o sentimentalismo, o Romantismo português só veio se expandir em 1834, com Almeida garrett e Alexandre Herculano (sobre este último, falaremos mais tarde, em outro texto).
sábado, 16 de fevereiro de 2008
Sociedade dos Poetas Mortos
quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008
Diário
Sobre Pessoa...
Tropicália:30 anos
quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008
Morte & Vida Severina, João Cabral de Melo Neto
Morte e Vida Severina, de João Cabral de Melo Neto, é um auto de natal pernambucano escrito entre 1954 e 1955. É apresentado em 18 cenas que se dividem em 2 partes, onde todas as cenas são representadas por um título explicativo, uma espécie de resumo do poema em si mesmo. Trata-se de uma envolvente e criativa alusão da tradição natalina do Sertão, simbolizando o nascimento de Cristo.
Fanatismo: Florbela Espanca
Não vejo nada assim, enlouquecida... Passo no mundo, meu Amor, a ler, no misterioso livro do teu ser, a mesma história tantas vezes lida!
“Tudo no mundo é frágil, tudo passa...” Quando me dizem isto, toda a graça duma boca divina fala em mim!
E, olhos postos em ti, digo de rastros: “Ah! podem voar mundos, morrer astros, que tu és como Deus: Princípio e Fim!...” ♪
terça-feira, 12 de fevereiro de 2008
Conto: A Hora e a Vez de Augusto Matraga, de Guimarães Rosa
O livro Sagarana reúne uma coletânea de contos de cunho regionalista em que se verifica toda a inventalidade de Guimarães Rosa, no que diz respeito à sua linguagem literária e às suas técnicas narrativas. Os contos abordam temáticas como a aventura, os animais metaforizados em pessoas, reflexões fincadas na subjetividade e espiritualidade, assim como também na morte. O livro apresenta grande expressividade e originalidade. A obra e seu autor estão inseridos na terceira fase do Modernismo brasileiro ou Neomodernismo, como preferem muitos.
Letras & Arte: por quê?
Um abraço.